1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho destina-se a demonstrar, de forma sucinta, o poder da linguagem criada por Milton Erickson, para a evolução da mente humana.
Será feita uma breve biografia do precursor da hipnose por meio de sugestões indiretas e metáforas, para, então, transcorrer sobre hipnose, seus mitos e conceito, adentrando ao esclarecimento sobre os tipos de transe e, por fim, abordar a hipnose Ericksoniana e a sua importância para o processo de evolução pessoal.
2- BIOGRAFIA
Milton Hyland Erickson, nasceu em dezembro de 1901, em Nevada, mas cresceu em Wisconsin, nos EUA, onde seus pais trabalhavam como pequenos agricultores, carreira que ele pretendia seguir.
Aos 17 anos de idade, foi acometido por poliomielite, que lhe paralisou todo o corpo, conseguindo apenas mover os olhos e boca. Nesse momento, chegou a ser desenganado pelos médicos, mas, por meio de um processo de auto hipnose desenvolvido por ele, conseguia eliminar a dor e, após convalescer, tal fato foi determinante para desistir da agricultura e se aventurar na medicina.
Ingressou na Universidade de sua cidade, e, antes mesmo de concluir o curso, foi diplomado psicólogo, tornando-se psiquiatra e, posteriormente, concluindo seu mestrado em psicologia.
Seu legado cientifico e prático está no uso de técnicas de hipnose e suas funções evolutivas, sendo grande influenciador da mundialmente conhecida programação neurolinguística – PNL.
3- QUEBRANDO MITOS
Antes de adentrarmos especificamente ao tema, temos que romper alguns mitos tradicionais sobre hipnose.
Tradicionalmente, a hipnose não é vista com bons olhos pelo público leigo, por haver o mito de que se trata de um domínio da mente humana.
Aliás, os espetáculos de hipnose, tradicionalmente eram dotados de elementos místicos, em que o hipnólogo se vestia como um mago, com sua capa, e impressionava a plateia, ao se valer de sua força psíquica para controlar a mente do outro.
Mas a hipnose não tem absolutamente nada a ver com domínio ou controle de mente. Longe disso, o hipnotista é apenas um condutor, que se vale da comunicação para permitir que o hipnotizado viva uma experiência profunda calcada na sua imaginação.
Ou seja, se a pessoa não quiser, ela não será hipnotizada. Porém, todos nós podemos ser submetidos a esse processo maravilhoso de aprofundamento em nossa mente criativa, basta se permitir e treinar.
4- O QUE É HIPNOSE
Pelo conceito do dicionário Dicio, é um “processo que leva alguém a um estado semelhante ao sono, causado por meios artificiais pelo hipnotizador, sendo que a pessoa hipnotizada faz o que lhe solicitado sem se opor.”
Segundo a Associação Americana de Psicologia, hipnose “um estado de consciência que envolve atenção focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão.[1] É um estado mental (teorias de estado) ou um tipo de comportamento (teorias de não-estado) usualmente induzidos por um procedimento conhecido como indução hipnótica, o qual é geralmente composto de uma série de instruções preliminares e sugestões.”
Pela hipnose tradicional, o profissional se comunica com o hipnotizado por meio de sugestões ou comandos diretos, a fim de que ele aja daquela forma.
Já na hipnose Ericksoniana, na visão de José Roberto Marques, “é um método adaptado à personalidade dos indivíduos, respeitando as reações individuais nas situações de transe hipnótico. Nessa perspectiva, a técnica considera o paciente como principal responsável por reverter seus próprios conflitos internos. Para isso, faz com que ele entre em contato com os recursos disponíveis em seu
inconsciente. O papel do hipnoterapeuta, portanto, é apenas orientá-lo nessa auto avaliação.”.
Em verdade, a hipnose de Milton Erickson é o estado de atenção focada, em que o profissional lança mão de sugestões indiretas a fim de viabilizar ao hipnotizado a liberdade de interpretá-las, a fim de ressignificar as suas sombras.
Dentre as etapas do processo, está o famoso transe, que basicamente é o estado alterado da consciência, ou o estado de atenção focada, podendo ser ele leve, intermediário ou profundo.
No transe leve, ocorre a alteração do tônus, podendo gerar paralisia de alguns grupos musculares, além de contrações, tremores, sensação de leveza, tendo a respiração mais lenta e profunda. O paciente se lembra de tudo o que ocorreu. Sugestões simples são aceitas, mas há resistência a sugestões mais complexas.
Já no transe intermediário, há inibição muscular completa, gerando um grau considerável de cansaço, respiração lenta e regular, como regra. O hipnotizado aparenta estar adormecido, e há hipersensibilidade ao frio ou calor. Nesse estágio, não há resistência às sugestões complexas, salvo se contrariar seu código moral. Porém, provavelmente ele não realizará essas sugestões. Ocorre parcial amnesia e pode haver efeitos analgésicos e anestésicos, além de alucinações, além de hiperminésia (lembranças de fatos esquecidos).
Por fim, no transe profundo ou sonambúlico, o paciente comporta-se como sonambulo, em sono profundo e comportamento desperto. Pode estar com os olhos abertos, porém, ficarão fixos com a pupila dilatada, ou mesmo apresentar movimentos descontrolados. É normal estar com a boca seca e entreaberta, e com total ausência dos sentidos – tato, olfato, visão, paladar. Sugestões altamente complicadas são aceitas e executadas, desde que não contrarie seu princípios morais. Geralmente ocorre a amnesia total e espontânea, e tudo que ficou esquecido, agirá de maneira inconsciente no tempo oportuno.
Como dito anteriormente, a hipnose Ericksoniana, por se valer de sugestões indiretas, tem o poder de gerar resultados mais profundos, pois, atuando na mente inconsciente, ocasionará uma sobreposição de uma ideia boa sobre uma ruim, sem que o hipnotizado se esforce para isso, pois parecerá que sua conduta sempre foi essa.
5- A IMPORTANCIA DA LINGUAGEM ERICKSONIANA NO PROCESSO EVOLUTIVO
O ser humano está em constante evolução, e a ciência se intensifica cada vez mais os métodos e ferramentas para aprimorar esse desenvolvimento, tanto que, além das tradicionais profissões, temos a expansão do Coaching, mentoria, dentre outras.
Em que pese relativamente novo, o coaching é extremamente poderoso no processo de desenvolvimento humano e, somado a linguagem ericksoniana, viabilizará com tamanha profundidade e eficiência ao cliente o “autodesenvolvimento; compreensão de seus processos internos; empoderamento e controle das emoções; libertação de traumas e crenças limitantes; aprendizado sobre autohipnose; controle do estresse, fobias e angústias; maior capacidade de solucionar problemas; potencialização da comunicação; e mudanças nos comportamentos, pensamentos e sentimentos”.
6- CONCLUSÃO
É inegável que Milton Erickson é tido como uma das mentes mais criativas no seara da hipnose, assim como o seu método é altamente eficaz de forma terapêutica, e na ressignificação de crenças limitantes que impedem o homem de agir, permitindo maior compreensão de sí na busca por sua evolução pessoal.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Biografia de Milton H. Erickson
MARQUES, José Roberto – Coaching Ericksoniano https://pt.wikipedia.org/wiki/Milton_Erickson https://www.dicio.com.br/hipnose/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipnose https://www.jrmcoaching.com.br/blog/o-que-e-hipnose-ericksoniana-e-como-ela-funciona/
ADLER, Stephen Paul – A Hipnose Ericksoniana O Poder Da Comunicação Com O Inconsciente – www.actinstitute.org